Só há dois lados – Os significados das eleições (7)
Hoje é dia de escolher de que lado estamos.
A vida social e a política nos colocam frente a desafios complexos. Às vezes, não conseguimos enxergar todos os aspectos. E nos agarramos a alguns deles, apenas, sem entender em profundidade o sentido e as consequências de nossos atos.
Mas, se pararmos para pensar em profundidade, veremos que só há dois lados.
Podemos dar as voltas que quisermos em nossos raciocínios, mas só há dois lados.
Há muito tempo, sempre procuro perguntar-me de que lado estou. Essa tem sido minha vacina para manter-me do lado que luta contra as desigualdades, que defende as minorias, que luta contra a humilhação cotidiana dos pobres, que luta contra a exploração e a miséria, que quer democracia e liberdade de expressão de verdade, não apenas para os donos de jornais.
Quero estar sempre do lado que luta pela redistribuição da riqueza, da renda e do poder.
Por isso, amanhã eu tenho lado. Meu voto vai ajudar a fazer o Brasil continuar a reduzir a desigualdade, a melhorar a vida dos mais pobres. Meu voto vai ajudar a continuar a expansão das universidades federais e do PROUNI, vai fortalecer o Bolsa Família e o desenvolvimento do Nordeste. Meu voto vai eleger uma bancada parlamentar comprometida com os movimentos sociais e a luta dos sem-terra, dos sem-teto, dos catadores de recicláveis.
Meu voto vai ajudar a luta contra a humilhação inflingida aos moradores do Jardim Romano, submersos em esgotos durante meses pelo desprezo pelos pobres que caracterizou o governo de José Serra e seus apoiadores, os partidos PSDB, DEM, PTB e PV.
É nos moradores do Jardim Romano que pensarei na hora de votar. Estive lá faz uma semana e eles me lembraram: podemos fazer discursos bonitos, pensar em mundos ideais, exercer nossa indignação seletiva no conforto de nosso sofá, enfim, podemos nos enganar à vontade, mas a verdade é que só há dois lados.
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Em outras palavras, acho que a pergunta central dessa eleição é a seguinte: é possível ser indiferente à situação do outro e conviver passivamente com as injustiças?