5 nov
2009

Solidariedade a Luiza Erundina

Para aqueles que não viveram em S. Paulo no período de seu governo (1989-1992), talvez seja difícil compreender a importância daquele momento na vida da cidade e do Brasil.  Luiza Erundina foi vítima de todo tipo de preconceito e perseguição: era petista, mulher, nordestina, ligada aos movimentos sociais.  Falava de inverter prioridades, políticas sociais, descentralização. Ao invés de grandes obras para os automóveis, preferiu fazer uma grande revolução no transporte coletivo. Estimulou mutirões habitacionais e a revalorização do centro de SP.  Defendia o direito de greve dos trabalhadores. Governava honestamente e com responsabilidade fiscal, muito antes do governo FHC tomar para si essa idéia como bordão. A elite de S. Paulo e a classe média preconceituosa não podiam perdoar aquilo.

Atacaram-na, boicotaram-na e sabotaram o seu governo do primeiro ao último dia, com o apoio da imprensa e da maioria dos partidos políticos.  Na luta sem trégua, que era uma luta contra tudo o que ela representava, os meios judiciais também foram fartamente utilizados.

Agora, um legado das lutas daquela época vem à tona, sob a forma de uma condenação de ressarcimento aos cofres públicos de um anúncio publicado pela prefeitura em 1989.  Em um país em que se vê tantos políticos nunca condenados, em que o governo do estado e a prefeitura de SP cortam gastos sociais para aumentar sua verba de propaganda várias vezes, é uma triste ironia.

Felizmente, uma grande mobilização está ocorrendo. Vale a pena apoiar.

Transcrevo abaixo post de http://blogdoonipresente.blogspot.com/2009/11/solidariedade-luiza-erundina.html sobre a campanha de solidariedade a Luiza Erundina.

Por Mario Siqueira

Fonte:

Luiza Erundina está sendo executada judicialmente pela única condenação que obteve durante toda a sua vida política. Trata-se de uma Ação Popular ajuizada pelo cidadão Ângelo Gamez Nunes (processo nº 053.89.707367-9 / Controle 159/89 – 1ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo) quando Luíza era Prefeita de São Paulo, e visava obter a reposição aos cofres públicos de dinheiro utilizado pela Prefeitura com publicações jornalísticas nas quais a então Prefeita manifestou apoio à greve geral de 1989. A sentença entendeu que a matéria publicada não atendia ao interesse público e condenou pessoalmente Luiza Erundina a pagar o elevado valor de R$ 350 MIL REAIS.

Trata-se de decisão definitiva em razão da qual já foram penhorados o apartamento onde mora (seu único imóvel), seu carro e ainda 10% da remuneração mensal como Deputada. Mesmo assim, seu patrimônio é inferior ao total da dívida.

Como a ex-Prefeita Luiza Erundina foi alvo de enorme injustiça, com decisões que tangenciam o preconceito social, ideológico e político, é hora de nos unirmos para demonstrar nossa solidariedade.

Amigos de Luíza Erundina promovem jantar de solidariedade à deputada

O jantar de solidariedade acontecerá na próxima segunda-feira (9), às 20h, no Grand Hotel Ca’d’Ouro ( Rua Augusta, 129 – Consolação, São Paulo).

O convite custa R$ 100.

Você pode ligar no hotel, reservar e pagar na hora. Pode também entrar em contato com o escritório de Luiza Erundina – (11) 5078-6642

Alem disso, há uma conta bancária, no Banco do Brasil, em nome de “Luiza apoio você”

ag. 4884-4, conta corrente 2009-5

22 out
2009

Juventude e participação política

Renato de Souza Almeida concluiu sua dissertação de mestrado na PUC, cujo título é “Juventude e Participação: novas formas de atuação juvenil na cidade de São Paulo”.
O texto fala sobre diversos movimentos e iniciativas de participação política da juventude de SP, como o Cine-Campinho, o Movimento Cultural dos Guaianás,  Cultura de Periferia,  programa Jovens Urbanos,  políticas públicas de juventude, conselhos e conferências de juventude,  VAI,  hip-hop.
A defesa está agendada para o dia 26 de Outubro de 2009, as 15hs, uma segunda-feira, em alguma sala do quarto andar da PUC.
Parabéns ao Renato, que soube compatibilizar sua militância com a pesquisa acadêmica.
22 out
2009

Bibliografia Poder de Compra do Estado

Para o grupo que vai apresentar trabalho sobre o Poder de Compra do Estado, recomendo o artigo:

MARQUES, Felipe S. Compras governamentais no Brasil e EUA: implicações para os municípios. Revista de Administração Municipal – Municípios IBAM. Ano 53, n. 264, out-dez 2007.

14 out
2009

Governança local e as TICs: mais do mesmo?

Duas grandes perguntas sintetizam o grau dos desafios colocados para o uso das TICs para a promoção da cidadania através da governança eletrônica:

A primeira refere-se a como utilizar a tecnologia da informação para promover um processo de modernização democrática da administração pública. Ou seja: precisamos refletir sobre como proceder para que o incremento do uso da TI pela administração pública não fique restrito a processos de modernização conservadora, que pouco avançam na consolidação da democracia brasileira e não contribuem para uma efetiva redistribuição do poder.

A segunda pergunta refere-se ao contexto de profundas desigualdades que estrutura a sociedade brasileira. Trata-se de questionar quais devem ser as práticas que evitarão que a ampliação do uso das TICs aprofunde o fosso da exclusão social que divide os brasileiros em dois mundos absolutamente apartados.

Essa duas perguntas são debatidas no artigo Administração Pública e Governança Eletrônica: Possibilidades e Desafios para a Tecnologia da Informação, com o qual participo do livro Governança Local e as Tecnologias de Informação e Comunicação (Ed. Champagnat),  organizado pelos professores Maria Alexandra Cunha, Klaus Frey e Fábio Duarte, da PUC-PR. O livro traz reflexões sobre as possibilidades e limites do uso da governança eletrônica nos governos locais, sob o ponto de vista do fortalecimento das práticas democráticas nos governos municipais. Trata-se de uma excelente referência para a discussão das perspectivas da democracia eletrônica local, das relações entre cidadania e mídia no contexto da chamada “sociedade da informação” e das mudanças de práticas e paradigmas na administração pública. Traz também importantes discussões em torno dos novos desafios colocados frente à governança local pelas TICs.

11 out
2009

Os significados das eleições (10) – As privatizações ruinosas

Um dos eixos que garantiram a eleição de Lula em 2006 foi a crítica às privatizações realizadas pelo governo PSDB/DEM. O povo brasileiro, na ocasião, manifestou seu repúdio ao processo, que entregou à iniciativa privada patrimônios públicos fundamentais em condições, no mínimo, questionáveis. É o caso da Vale, vendida por uma fração de seu valor.

Já se passaram mais de dez anos da maioria das operações. Os mais jovens não as acompanharam, os mais velhos já as esqueceram.

Consultando os materiais da época, alguns fatos aparecem:

1 – O processo de privatização foi feito atabalhoadamente, por um governo de joelhos, que queria: (a) aparecer como mais neoliberal que os neoliberais da época e (b) fazer a lição de casa da ortodoxia econômica do FMI (privatização e corte generalizado de gastos públicos) a qualquer custo. Era uma governo que não conseguia fechar as contas públicas e manter o real valorizado e estável sem ingresso contínuo de novos recursos.   As declarações de FHC e de Serra, como ministro do Planejamento e responsável pelas privatizações, são esclarecedoras. O objetivo era vender tudo, e vender rápido.

2 – As privatizações de FHC e Serra foram abundantemente questionadas quanto à lisura do processo, quanto aos valores arrecadados e quanto à forma de pagamento (uso das chamadas moedas podres, títulos governamentais de baixa liquidez que não implicaram entradas significativas nos cofres públicos). Também foi criticada a concessão de financiamentos do BNDES  aos compradores, que recebiam do governo federal recursos para pagar o próprio governo.

3- O governo do PSDB não conseguiu implantar um modelo decente de serviços públicos baseado no provimento privado. Entre as consequências diretas dessas privatizações desastrosas temos: a crise energética do apagão no fim do governo FHC,  tarifas de telecomunicações entre as mais caras do mundo e o desenvolvimento retardado da banda larga no Brasil.

À época, poucas vozes dissonantes se manifestaram. Era o tempo da queda do Muro de Berlim, do triunfo do deus-mercado, e a empresa privada era o grande paradigma organizacional de eficiência e boa gestão. Ainda não havia chegado a crise de 2008… Uma das poucas vozes que se levantaram foi a de Aloysio Biondi, já falecido, um dos mais lidos jornalistas econômicos de então. Biondi publicou dois livros que mostram como o processo se deu, e quais são suas consequências (O Brasil Privatizado e, complementando, O Brasil Privatizado II, leitura indispensável para quem estuda gestão pública e disponíveis para download gratuito).

O candidato da coligação da direita conservadora (PSDB-DEM-PPS) nesta eleição, José Serra, gosta de citar sua passagem pelo Ministério da Saúde. Mas pouco fala de sua atuação no Ministério do Planejamento, no primeiro governo de FHC. Ali,  José Serra foi o artífice e coordenador do processo de privatização que dilapidou o patrimônio público nacional e foi incapaz de criar um novo patamar de serviços públicos baratos e abrangentes.  Não adianta argumentar: “mas tinha que privatizar”. Mesmo que se tivesse, que o fizessem a favor do Brasil, não contra.

A perspectiva de tê-lo como presidente da república é mais que preocupante. Neste momento, com a Petrobrás transformada em uma das mais importantes empresas do mundo e com as enormes jazidas do pré-sal, ter na presidência da república alguém com essa folha corrida não parece muito animador. Seguramente, os danos por ele gerados teriam um efeito nocivo medido não em anos, mas em décadas…

3 out
2009

Pólis contrata Coordenador Internacional para Rede LogoLink

A Rede Logolink, organização coordenada pelo Instituto Pólis que atua com estudos de governança local e para o fortalecimento da participação, está selecionando coordenador internacional para um contrato inicial de dois anos (renovável).

O candidato ao posto deve ser dinâmico, com experiência em gerenciar uma equipe, bem como com a temática da participação e com captação de recursos. É imprescindível ter fluência em inglês e é desejável o domínio do espanhol e do português.

Os horários são flexíveis, mas o cargo exige dedicação integral de 40 horas semanais. O candidato escolhido deve poder iniciar o trabalho até dia 1º de novembro. Mulheres são encorajadas a se candidatar.

Para se inscrever o candidato deve enviar uma carta de motivação em inglês de no máximo 2.500 palavras, bem como seu currículo (de no máximo cinco páginas), também em inglês.

A documentação deve ser enviada até dia 12 de outubro para o e-mail logolink@polis.org.br . Os candidatos selecionados para entrevista serão avisados por e-mail.

Leia aqui o edital completo da vaga em inglês.

1 out
2009

Eleições – Cons.Municipal de Habitação de SP

No próximo domingo, 4 de outubro, teremos a eleição do CMH – Conselho Municipal de Habitação de São Paulo. Trata-se de um importante espaço para as disputas em torno da política habitacional do município. Qualquer eleitor pode votar, nas subprefeituras.

S. Paulo é uma cidade  onde a apropriação da terra urbana e dos investimentos públicos funciona elemento central do processo  de concentração de riqueza e produção da desigualdade social. A dinâmica é conhecida: concentração de investimentos públicos em áreas de interesse do grande capital imobiliário, expulsão dos pobres para cada vez mais longe, especulação baseada na propriedade de grandes terrenos e edifícios mantidas ociosos à espera da “valorização”  produzida pelos investimentos públicos “encomendados”.  Esse processo gera o abandono dos investimentos em algumas áreas da cidade, os grandes projetos para produzir valorização artificial, o desperdício de infra-estrutura urbana (como no caso do Centro de SP) e o alto preço dos imóveis. Por fim, leva milhões de pessoas a viver em condições sub-humanas e segregadas como párias, apartadas do mundo maravilhoso da “gente bonita” da classe média paulistana.

Uma das poucas vozes organizadas para combater esse processo encontra-se nos movimentos sociais de moradia e algumas organizações que os apóiam, como o Instituto Pólis.  Um grupo de militantes desses movimentos sociais, vinculados à União dos Movimentos de Moradia de São Paulo – UMM e da Central de Associações e Sociedades Populares – CASP, lançou uma chapa para a eleição do Conselho.  Vale a pena sair de casa no domingo para apoiá-los e votar. São pessoas comprometidas há muito tempo com a luta por habitação popular. Alguns conheço há mais de vinte anos.

Publico abaixo a convocatória para a eleição da Chapa 4 – União:

No dia 4 de outubro – Vote Chapa 4
Para o Conselho Municipal de Habitação

No dia 4 de outubro de 2009, ocorrerá em São Paulo a quarta eleição do CMH – Conselho Municipal de Habitação de São Paulo.

A participação de todos e todas é fundamental, já que o CMH define as linhas, as diretrizes, e as prioridades da política e dos projetos habitacionais populares, alem de gerir o dinheiro do Fundo Municipal de Habitação. Em suma, o CMH tem um papel estratégico nas Políticas de Habitação no Município.

O CMH tem como objetivo debater e deliberar sobre os programas habitacionais referentes à de urbanização de favelas, construção de novas moradias, atendimento de famílias moradoras em áreas centrais e cortiços e priorizando as famílias com baixa renda.

Assim, o CMH tem sido nestes anos um instrumento fundamental de elaboração, fiscalização e controle da destinação dos recursos para Habitação de Interesse Social na cidade de São Paulo.

Vote na Chapa 4 – Chapa UNIÃO
Dito e Solange, Abraão e Vera, Izilda e Windson, Nelson e Mario, Sidney e
Veronica, Sueli e Olga, Valdir e Manezinho

Os militantes da chapa 4 são historicamente comprometidos com a luta em defesa da moradia em São Paulo. Participantes da União dos Movimentos de Moradia de São Paulo – UMM e da Central de Associações e Sociedades Populares – CASP, sempre presentes em todas as jornadas relacionadas aos direitos do povo sem casa, dos encortiçados e dos favelados.

Estas entidades participaram da coleta de um milhão de assinaturas e junto com povo conquistaram a criação do fundo nacional de moradia popular, atuaram diretamente na implantação dos programas de mutirão com autogestão na cidade de São Paulo e ainda participaram das Conferências das Cidades e na criação do Programa Minha Casa, Minha Vida. Sempre defenderam os
programas de urbanização de favelas e garantia da posse da terra e, há mais de 10 anos, fazem a luta cotidiana em defesa da moradia na cidade.

Nossas Propostas:

  • Garantir os princípios do Estatuto da Cidade
  • Defesa do Plano Diretor Estratégico e construção do plano municipal de habitação
  • Retomada do programa de mutirões
  • Urbanização e regularização das favelas, loteamentos, áreas ocupadas e conjuntos habitacionais
  • Recursos estáveis para programa de Parceria Social e Locação Social
  • Moradia digna nas áreas centrais
  • Lutar contra os despejos e remoções
  • Contratos Justos para as famílias mutirantes

Vote nas Subprefeituras, dia 4 de outubro das 8 às 17 horas.

Todas as pessoas com título de eleitor da capital podem votar!!!!!

LEVE DOCUMENTO COM FOTO E O TITULO DE ELEITOR.

Para saber onde votar, verifique aqui:
http://www3.prefeitura.sp.gov.br/sd2114/Forms/frmConsultaLocal.aspx

Entre em contato conosco!

UMM – Fone: 3667-2309 – ummsp@uol.com.br

CASP – Fone: 2558-4566 – mario.balbino@yahoo.com.br

Visite a nossa página: www.sp.unmp.org.br

1 out
2009

Tend. Inov. Gestão Pública – Bibliografia dos seminários – Matutino

Atenção: Os grupos devem enviar os links da bibliografia. Podem mandar por e-mail ou deixar um comentário neste post.

1 – Criação de carreiras de gestão
http://www.bresserpereira.org.br/Documents/MARE/Terceiros-Papers/97-Martins,%20HF48(1).pdf
Burocracia e Revolução gerencial: A persistência da dicotomia entre política e administração – Humberto F. Martins

Complementar (de leitura mais dinâmica e com debates com EPPGG´s), texto do Alexandre Kalil:
http://www.anesp.org.br/userfiles/file/respvblica/respvblica_4_1.pdf
A regulamentação das carreiras do ciclo de gestão
e seu papel no Estado brasileiro (pgs. 66 – 83)

2 – Gestão de projetos públicos

Gerenciamento de projetos na administração pública
http://www.segep.es.gov.br/download/Gerenciamento%20de%20Projetos%20no%20Governo%20do%20Espírito%20Santo.pdf

Bibliografia complementar

Inovações presentes na Adm. Pública
http://www.inovforum.org.br/arquivos/publicacoes/admpublica.pdf

Planejamento e gestão publica
http://www.mineiropt.com.br/arquivosestudo/arq47c6c9b17b917.pdf

Um exemplo mineiro
http://www.clad.org.ve/fulltext/0055425.pdf

3 – Organizações Sociais

LEVY, Evelyn. Organizações sociais no estado de São Paulo: estratégias de implementação e resultados. Anais do IX Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, 2004.

http://www.clad.org.ve/fulltext/0049827.pdf

– PPA e gestão por programas

A RETOMADA DO PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL NO BRASIL E SEUS DESAFIOS. Ariel Pares e Beatrice Valle. In: Planejamento e orçamento governamental. Organizadores: James Giacomoni e José Luiz Pagnussat. –
Brasília: ENAP, 2006
.

Programas de Sustentabilidade Ambiental da Gestão Pública

29 set
2009

Grupos – Logistica Noturno

Um pedido aos alunos da disciplina.

Por favor, enviem os nomes dos participantes e temas dos grupos para os seminarios. A lista náo está comigo.

29 set
2009

Tend. Inov. Gestão Pública – Bibliografia p/ seminários – Noturno

Atenção: Os grupos devem enviar os links da bibliografia. Podem mandar por e-mail ou deixar um comentário neste post.

Seminário 1 – Gestão por competências
KALIL, A. et al. Gestão Por Competências em Organizações de Governo. Brasília, ENAP, 2005 p. 13-22. É o capítulo “O que é Gestão por Competências”.

Seminário 2 – Gestão por Projetos

Metodologia para Aplicação do Guia de Simplificação de Processos do Ministério da Saúde

http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/guia-simplificacao.pdf

Escritório de projetos: uma visão geral

http://www.bbbrothers.com.br/scripts/Artigos/Escrit%F3rios%20de%20Projeto-Uma%20vis%E3o%20geral.pdf

A experiência do Project Management Offices Central do Estado de Minas Gerais: a busca da maturidade em gerenciamento de projetos governamentais http://www.planejamento.gov.br/hotsites/seges/clad/documentos/toscacoe.pdf

Gerência de Projetos: A importância das lições aprendidas

http://rodrigoz.atwebpages.com/artigo_ti_licoes_aprendidas.pdf

Reunião de alto nível sobre lições aprendidas da Influenza A (H1N1)

http://consulmexrio.tussini.net/folhamexico/edextrajul.pdf

A Gestão do Conhecimento em Escritórios de Gerenciamento de Projetos:  Estudo de Caso na Área de Negócio Internacional da Petrobrás.

http://portal.crie.coppe.ufrj.br/portal/data/documents/storedDocuments/%7B93787CAE-E94C-45C7-992B-9403F6F40836%7D/%7BAD41B703-128C-4D45-97F2-76F9DEF717FB%7D/RJ15_projeto%20Final_05.pdf

Project Management Institute, Inc. Guia PMBOK. Um Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos.  Terceira edição.


Seminário 4 – OSCIP

Texto base: Sociedade Civil: Comportamento das Organizações não governamentais
Autora: Katiani Lucia Zape

Link:
http://www.participar.srv.br/arquivos_publicacoes/39/SOCIEDADE%20CIVIL_%20COMPORTAMENTO%20DAS%20ONGs.pdf

Texto complementar: Panorama Histórico-Legislativo do Terceiro Setor no Brasil: Do Conceito de Terceiro Setor à Lei das Oscips
Autor: Fernando Borges Mânica

Link:
http://www.advcom.com.br/artigos/pdf/4-artigo_panorama_historico-com%20referencia_livro_vermelho_.pdf

Texto complementar: Conceitos, Características e Desacordos no Terceiro Setor
Autor: Rodrigo Mendes Pereira

Link:
http://www2.oabsp.org.br/asp/esa/comunicacao/artigos/conceitoscaracteristicas.pdf

Texto complementar: Levantamento dos Novos Arranjos Organizacionais nos Municípios Paulistas: Breves Considerações
Autoras: Fátima F. Araújo; Maria do Carmo M. T. Cruz e Vera Martins da Silva
Fundação Prefeito Faria Lima – CEPAM
Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal

Link: http://www.cepam.sp.gov.br/arquivos/artigos/LEVANTAMENTO_DOS_NOVOS_ARRANJOS_ORGANIZACIONAIS_NOS_MUNICiPIOS_PAULISTAS.pdf

Texto Complementar: Cartilha OS e OSCIP
Autoria: Comissão do Terceiro Setor da OAB – SP

Link: http://www2.oabsp.org.br/asp/comissoes/terceiro_setor/cartilhas/os.pdf

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Seminário sobre Sistemas Nacionais de Conferências Públicas (Apresentação: 24/11/2009)

COQUITO. Antônio. O Brasil debate políticas públicas para crianças e adolescentes. http://www.adital.org.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=39531  acesso em 20/09/2009.
GOMES, Márcia C. P. A. Participação da Comunidade em Espaços Públicos de Saúde: uma Análise das Conferências Nacionais de Saúde. http://www.scielo.br/pdf/physis/v14n1/v14n1a03.pdf acesso em 20/09/2009.
MARICATO, E. SANTOS JR. ORLANDO A. Conferências Nacionais – Uma política urbana participativa. http://www2.fpa.org.br/portal/modules/news/article.php?storyid=3225 acesso em 20/09/2009.
PINHEIRO, M. C. WESTPHAL. M. F. AKERMAN. M. Eqüidade em saúde nos relatórios das conferências nacionais de saúde. http://www.scielo.br/pdf/csp/v21n2/11.pdf acesso em 20/09/2009.
SILVA, E. R. A. Participação Social e as Conferências Nacionais de Políticas Públicas: Reflexões Sobre Avanços e Desafios no período de 2003-2006. Texto para discussão n° 1378. IPEA. RJ. 2009. http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/publicacoes/tds/td_1378.pdf acesso em 20/09/2009.

Apresentação sobre conferencias

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Seminário Orçamento Participativo

Apresentação_Orçamento Participativo.[1]

22 set
2009

Dia sem carro em uma cidade sem mobilidade

Hoje é o Dia Mundial Sem Carro. E eu vim ao trabalho dirigindo meu automóvel. Essa é a situação em uma cidade  sem uma política de mobilidade sustentável: até quem se preocupa com essas bandeiras tão nefelibatas tem que pagar seu tributo ao deus-tirano automóvel.

O Dia Mundial Sem Carro faz parte de uma campanha internacional que visa promover a reflexão sobre a irracionalidade e os efeitos danosos do uso do automóvel nas cidades.  Todo ano tem sido a mesma coisa: algumas prefeituras chegam a fazer alguns atos, um gesto simbólico aqui e ali, matérias na imprensa que também são sempre a mesma.

Dia mundial sem carro

Colocar faixas em ônibus é fácil. Colocar dinheiro no transporte público nem tanto...

Algo que caracteriza a cobertura e a discussão sobre o Dia Mundial Sem Carro, todos os anos,  é a resignação. Os ambientalistas e ativistas da bicicleta ou do transporte coletivo fazem um discurso sobre grandes idéias e princípios, mais do que propostas capazes de empolgar a sociedade. Muitas vezes propõem apenas um enunciado de princípios genérios,  que recebem o mesmo tratamento que a mensagem de um pregador da paz universal: todo mundo diz que é bonito, mas sem nenhuma possibilidade de ser realizado.

Além disso, a imprensa pouco faz para questionar e provocar. Nunca vemos, por exemplo, uma análise mais séria dos investimentos realizados na redução de viagens em transporte motorizado individual. Ou uma clarificação do jogo de interesses que está por trás da opção pelo automóvel.

Segundo Nazareno Affonso, um dos maiores especialistas em mobilidade urbana do país, a política de incentivo ao uso do automóvel é a mais consolidada e longeva das políticas públicas brasileiras. Mesmo sem uma linha escrita, sem um lei específica, sem um orgão público para executá-la. Está totalmente introjetada no senso comum da nossa sociedade e nas práticas dos governantes.

Não é sem motivo, portanto, que a realização de obras viárias é sempre um motivo de orgulho para os governantes. Não é sem motivo que a indústria automobilística recebe tantos incentivos e benefícios. Não é sem motivo que as famílias gastam parcelas significativas de seu orçamento com automóveis. Não é sem motivo que comprar um carro é a primeira prioridade de quem melhora um pouco de vida.  O automóvel é, antes de tudo, um valor fundamental de nossa sociedade.

Em uma sociedade desigual como a brasileira, é  natural que os indivíduos tentem adotar estratégias de diferenciação. É preciso que os demais vejam que não se é pobre. O automóvel é uma das estratégias à disposição.  Essa postura, nas últimas décadas, alimentou a idéia de que o transporte público é coisa para pobre.  E, portanto, pode ser um serviço de segunda linha.  Como se tornou a educação pública, por exemplo.  Essa visão, no fundo, vai embutir um preconceito de classe, tão presente em nossa desigual sociedade.

No caso de São Paulo, isso é evidente. Não resiste a uma análise dos investimentos realizados por sucessivos governos.  Presentemente, na capital, vemos  um enorme investimento para construção de novas pistas para a Marginal Tietê a toque de caixa,  em detrimento da aceleração da expansão do metrô, da construção de novos corredores de ônibus ou  da recuperação dos serviços de trens metropolitanos da CPTM.  E muita propaganda para o pouco que é feito…

No transporte coletivo, a estratégia parece ser a de empurrar com a barriga. No caso do bilhete único, que permitiu a integração tarifária e tornou os deslocamentos longos mais baratos, viu-se inicialmente o boicote do governo do Estado à sua integração ao transporte por trilhos, até 2004. Depois, com o mesmo partido governando municipio e estado, houve a integração, mas  a mudança nas regras tornou mais restritiva sua utilização, prejudicando os usuários.  Poucos investimentos têm sido feitos para expandir realmente a capacidade operacional do ineficiente sistema de ônibus da capital. A prioridade das melhores vias continua sendo dada aos veículos particulares, a frota é inadequada, a informação ao usuário é paupérrima, os ônibus disputam espaço com os carros…

Em uma aglomeração urbana como São Paulo, convivem cerca de meia centena de entidades reguladoras da mobilidade, contando-se 39 municípios, uma secretaria de transportes metropolitanos, duas companhias de transporte sobre trilhos, várias entidades municipais de trânsito e transporte público  etc.   O resultado é de uma ineficiência atroz: superposição de sistemas, tarifas intermunicipais muito elevadas, baixo nível de integração  e alta concorrência entre serviços.  Não se vê um movimento sequer para instaurar novos padrões de governança do sistema de mobilidade urbana. Por quê?

Seguramente, porque a situação atual é muito conveniente para alguns atores.  Começando pelos empresários de ônibus, que se beneficiam da desorganização para obter melhores tarifas nos municípios com menor capacidade de regulação e naqueles em que conseguem fazer valer seus interesses mais facilmente, além da exploração dos serviços intermunicipais.  Não é sem motivo que os empresários de ônibus têm uma grande influência na política dos municípios.

Do lado dos atores políticos, a incapacidade institucional é conveniente para os governos estadual e municipais, pois lhes dá mais autonomia para agir de acordo com seus interesses.  Lideranças dispostas a lutar pela criação de arranjos institucionais inovadores, se existissem,  encontrariam enorme resistência.  Podemos dizer que a mobilidade urbana é um excelente exemplo da situação de um país que não sabe o que fazer com suas metrópoles.

Nos últimos anos, temos assistido uma mobilização crescente dos entusiastas do uso das bicicletas.  Muito oportuna, mas infelizmente ainda tímida frente ao tamanho da necessidade.  O poder público tem respondido de maneira demagógica, criando ciclofaixas inadequadas e propondo ciclovias de lazer. É preciso deixar claro que o uso de bicicleta para o lazer é completamente diferente do seu uso como meio de locomoção. Há diferenças gritantes em termos de horários, microacessibilidade, localização. Não dá para festejar porque a prefeitura liberou uma faixa de uma grande avenida para ciclistas no domingo pela manhã. O que isso melhora a mobilidade urbana? Nada! Apenas oferece uma opção de lazer para a classe média passear em suas bikes… A prefeitura estaria, de fato, promovendo uma mobilidade sustentável se transformasse essa mesma faixa em ciclovia permanente.

São Paulo precisa construir uma agenda de mobilidade sustentável que se transforme em bandeira de luta de vários setores.   O problema de São Paulo é maior em escala, mas em termos de política pública é parecido com o de outras aglomerações urbanas brasileiras. Assim, a agenda de mobilidade sustentável de São Paulo precisa ser uma agenda também nacional.  Entre outros, alguns pontos têm sido apontados como necessários:

  • Mecanismos de restrição de uso de automóvel em vias urbanas (restrição de circulação, rodízios, fechamento de vias, pedágios urbanos etc.):
  • Vinculação da disponibilidade de recursos para o transporte individual ao atendimento de metas de aplicação de recursos para o transporte público;
  • Expansão significativa de sistemas de alta capacidade, substituindo os atuais programas de expansão em gotas por programas de longo prazo e execução obrigatória;
  • Alterações no sistema tributário para desestímulo do uso de automóvel e financiamento do transporte público;
  • Reversão do uso de vias, retirando faixas de automóveis para transformação em faixas exclusivas e corredores de ônibus;
  • Estímulo à ocupação residencial do centro de São Paulo por trabalhadores de renda baixa e renda média, otimizando o uso da infra-estrutura existente;
  • Descentralização territorial da oferta de empregos na metrópole, quebrando a lógica da especulação imobiliária e da segregação espacial;
  • Criação de arranjos institucionais metropolitanos para gestão da mobilidade urbana, incluindo o fortalecimento da capacidade dos municipios para a gestão da mobilidade urbana.

Essa agenda para promoção da mobilidade sustentável não pode ser vista como desarticulada de outras agendas. Nem pode ser reduzida a uma agenda “técnica”. Não se trata de escolher entre o sistema A ou B, de maneira despolitizada. Sua força estará exatemente na capacidade de politizar o tema, ou seja, desvelar os interesses ocultos, que poderiam ser resumidos na produção do caos urbano e da segregação territorial para a manutenção de privilégios e exploração política e econômica da situação.

O desafio é que essa agenda precisa ter propostas concretas. Em breve pretendo voltar a ela, apontando algumas possibilidades.

31 ago
2009

Textos para download – Ferrarezzi & Amorim; Abrucio & Gaetani

Aqui vão os links para download dos textos para a aula sobre inovações nos estados e para a aula sobre inovações no nível federal.
Agradeço à Sheyla  pela gentileza de procurar os textos.

3 ago
2009

Mototáxis, proibição de fretados e marginais: em São Paulo, política de mobilidade é “salve-se quem puder”

As semanas recentes foram pródigas em péssimas notícias para a mobilidade urbana em São Paulo.  A sucessão de absurdos chega a parecer brincadeira.

Primeiro, o início das obras de ampliação da Marginal  Tietê. Segundo o padrão da política de transporte que domina a cidade desde Washington Luís, o governo do Estado e a Prefeitura iniciaram as obras de destruição dos canteiros centrais arborizados da Marginal Tietê, para construir mais espaço para colocar carros em congestionamentos.  A fórmula já foi tentada incontáveis vezes, mas os governos não querem aprender com os erros do passado. Construir mais vias para automóveis só aumenta o volume de viagens realizadas por esse modo de transporte. Pode aliviar no primeiro momento, mas logo serão necessárias novas vias, que depois ficarão  congestionadas novamente, exigindo novas vias, assim sucessivamente até o dia em que não for possível tirar o carro da garagem.

Segundo a  lógica do urbanismo malufista, tão bem acatada pelos governos, nenhuma das novas pistas em construção deve funcionar como corredor de ônibus ou ciclovia. Mais uma vez, milhões são gastos para privilegiar os usuários de transporte individual. E para sinalizar para a sociedade que é isto o que realmente interessa.

Como opção de política de mobilidade urbana, a única coisa a dizer dessa ação é que é uma bobagem que só vai verdadeiramente beneficiar empresas e indivíduos envolvidos na realização das obras. Se formos pensar do ponto de vista ambiental, o que era uma asneira vira uma barbaridade: o custo ambiental da obra é elevado e tem várias dimensões. A obra ampliará mais o nível de impermeabilização do solo na cidade. Quando o que é necessário é criar mais áreas verdes e desimpermeabilizar o solo, faz-se o inverso. O replantio de parte das árvores não resolve o problema, porque não cria novas áreas verdes, apenas adensa outras, como se pode ver nos trechos poupados da própria Marginal, onde encontramos árvores replantadas ao lado de outras já existintes. O saldo final é negativo. A impermeabilização do solo, a ausência de árvores e as avenidas com múltiplas pistas apenas tornam a paisagem urbana mais feia, árida e hostil.  O culto à feiúra persiste. Além disso, há a dimensão social. Não se entende que uma cidade feia, árida e hostil não é somente um problema estético. É um problema de qualidade de vida, de saúde e de coesão social. Como podemos esperar  um ambiente de paz e solidariedade em um lugar onde quem não tem carro não tem vez?

A segunda notícia triste é o conjunto de barbeiragens em torno das restrições aos fretados na cidade. Além da evidente fragilidade da preparação das medidas, atestada pelas idas e vindas da prefeitura no assunto, o que se evidencia, novamente, é a prioridade dada ao transporte individual.  Do ponto de vista da fluidez do trânsito, é inegável que a circulação de fretados, assim como a circulação de qualquer outro veículo, demanda regulamentação do poder público. Mas essa regulamentação não pode  constituir um desestímulo a um modo de transporte coletivo em benefício do fomento do transporte individual por automóvel. E as novas normas significam isto, especialmente somadas à farta quantidade de improvisações e procedimentos inadequados que assistimos nestes últimos dias.  Isso sem falar na forma autoritária como o processo foi conduzido, culminando na repressão a trabalhadores usuários de fretados, realizada pela  polícia e seu gás de pimenta.

Se tomarmos os dois locais da cidade onde a proibição dos fretados gerou mais polêmica, a Av. Paulista e a região da Berrini, veremos que se tratam de locais com alta concentração de empregos e serviços e infra-estrutura de mobilidade deficientes. Se a região da Paulista ao menos conta com um metrô superlotado, a Berrini tem que conformar com uma linha de trem com sérias deficiências de acessibilidade e integração.  No caso da Berrini, a tendência será de aumento do número de automóveis circulando, agravando a saturação da área.  Mais uma vez, o poder público contribuirá para a degradação de uma área valorizada por suas próprias ações, o que estimulará o capital a buscar novas áreas para investir: talvez os empreendedores da Nova Luz lucrem com isso…

Ficamos com duas perguntas: (1) Será que, ao invés de restringir a circulação de ônibus fretados, não seria melhor restringir a circulação de automóveis? (2) A quem interessam essas medidas?

Por fim, o golpe de misericórdia. No último dia 31 de julho, os jornais noticiaram que o prefeito de São Paulo pretende regulamentar lei criando o serviço de mototáxi na cidade. O vereador  Ricardo Teixeira (PSDB), da base de apoio do governo municipal, já se adiantou com projeto sobre o assunto.

Este certamente será um passo decisivo no sentido da ampliação do caos da mobilidade paulistana. A possibilidade de contar com um sistema de transporte civilizado recebe nova punhalada.

Na cidade de São Paulo a média de mortes de motociclistas no trânsito é de cerca de dois por dia. Basta circular dez minutos por qualquer avenida movimentada para verificar que a cidade está saturada de motocicletas ziguezagueando a alta velocidade entre os carros. Acrescentar a essa multidão mototaxistas e seus passageiros é uma sandice. Motocicletas não foram feitas para disputar espaço com automóveis em um ambiente urbando congestionado. Isso é uma improvisação que ocorre em cidades onde não há nem infra-estrutura minimamente adequada, nem governos dispostos a efetivamente garantir a segurança dos cidadãos no trânsito.

Do ponto de vista da política de mobilidade urbana, o sentido de criar um serviço de mototáxi em uma cidade do porte de São Paulo é o abandono de qualquer interesse ou esperança do poder público em implantar um sistema de transporte coletivo decente. É o “salve-se quem puder”  institucionalizado. Com o agravante de que este serviço acaba por retirar passageiros do sistemas de transporte coletivo, o que significa redução de receitas e consequente necessidade de ampliar os subsídios e majorar a tarifa do transporte. A cidade, na desastrosa gestão Pitta (na qual o atual prefeito foi secretário de planejamento), já viu esse filme com os perueiros: a incompetência da prefeitura fazia com que os cidadãos se vissem forçados a usar as peruas, com isso menos gente usava os ônibus, que se tornavam menos viáveis economicamente e, em consequência, reduziam a qualidade, forçando mais gente a usar as peruas e assim por diante ladeira abaixo…

A disposição do prefeito a regulamentar o serviço de mototáxi apenas para a periferia é outro ingrediente cruel da receita. Em uma cidade construída para segregar os pobres, esta ação reforçará a exclusão social.  Ao invés de oferecer transporte coletivo de qualidade, a prefeitura dará aos cidadãos que vivem nas áreas mais carentes a alternativa de correrem risco de vida sobre os mototáxis.  A justificativa disto não pode ser vinculada ao trânsito, pois na periferia também existem congestionamentos e vias altamente carregadas, é bom avisar a quem não conhece a Zona Leste…

A explicação para concentrar os mototáxis na periferia só pode ser estética: A sensível classe média paulistana será poupada de assistir o triste espetáculo de uma cidade que já não mais esconde que abdicou de um transporte público decente; também não será obrigada a presenciar os acidentes fatais no seu caminho de volta ao lar. Mas apenas morrerão os pobres e estes, sabidamente, não importam. 


20 jul
2009

Apresentação trabalhos RPPP

Após consulta à turma, a apresentação dos trabalhos ficou mantida para o dia 27 de julho, segunda-feira.

16 jul
2009

A disputa pelo Centro de São Paulo II

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) fez um belo e emocionado discurso na Câmara dos Deputados sobre a maneira como os usuários de drogas são tratados pelo governo municipal de São Paulo.  Além de denunciar os maus tratos que os usuários de crack e moradores de rua têm recebido por parte dos poderes públicos no Centro de SP, o deputado lembra que, apesar
das iniciativas de mudança urbana na região da Luz  mobilizarem a atenção dos governos municipal e estadual, “nesses 6 anos, a nova administração não endereçou qualquer programa para os usuários de drogas.”

Gostei  muito do discurso do deputado porque ele lembrou que as políticas públicas não podem ser feitas apenas com o olho frio do dinheiro, mas devem levar em conta os seres humanos. Mesmo aqueles considerados escória da sociedade mas que são, na verdade,  fruto dessa mesma sociedade e cidadãos portadores de direitos, entre eles o direito ao tratamento e à dignidade.

Leia o discurso.

12 jul
2009

A disputa pelo Centro de São Paulo I

Hugo Albuquerque, em seu blog O Descurvo, publicou um excelente post sobre  o problema habitacional de São Paulo. Comentando um debate promovido pelo Fórum Centro Vivo, mostra como o Centro da cidade é um tema de primeira importância nos debates não somente sobre a política habitacional, mas sobre o futuro da cidade.   O Centro é um espaço privilegiado de disputa pela apropriação da riqueza no espaço urbano da metrópole paulistana.  Dotado de infra-estrutura e importantes vantagens locacionais, é visto pelas elites como “desperdiçado” ou “sem vida”, porque ocupado pelas classes inferiores. Para as classes médias, é lugar cheio de riscos, e nisso elas exprimem e reforçam a criminalização da pobreza: os pobres são, antes de mais nada, perigosos. Dentro dessa visão, nada mais natural que se defendam  “medidas que revitalizem” o Centro, o que é uma maneira mais delicada de dizer “medidas que tirem esse bando de pobres daqui”. Assim, por trás das melhorias estéticas, da segurança e das novas funcionalidades urbanas, as políticas de revitalização tradicionais trazem um sentido oculto: o de fazer com que os investimentos públicos e o espaço urbano do Centro sejam apropriados pelos setores dominantes da sociedade e pelas classes médias suas tributárias. Não faltam exemplos disto mundo afora. Para fazê-lo, não é preciso muita inteligência: basta concentrar investimentos, ou promover a expropriação de áreas no Centro para serem entregues aos empreendedores imobiliários (como no caso da Luz); o resto, o mercado dá conta e lá se vão os pobres, expulsos do que em tese também era seu.. A máquina  da exclusão social também tem uma engrenagem chamada exclusão territorial.

A visão alternativa é promover políticas que levem à democratização do Centro. Isto exige considerar o Centro da cidade um patrimônio de todos, um patrimônio de toda a cidade, onde há espaço também para os mais pobres.  Estímulo à moradia popular no Centro é um dos pilares de políticas desse tipo. Em uma cidade como São Paulo, com altas taxas de ociosidade em imóveis no Centro, há plenas condições de fazê-lo, como mostram algumas iniciativas da Secretaria Municipal de Habitação, quando sob o comando de Paulo Teixeira (2001-2004). Mas o governo municipal não se preocupa em utilizar os recursos de que dispõe, como o IPTU progressivo, e com isso estimular a utilização desses imóveis mantidos fechados pela especulação imobiliária. Outro tipo de iniciativa possível é estimular micro e pequenos empreendedores a se estabelecer na região central, utilizando-se de mecanismos estímulo ao desenvolvimento econômico local, como benefícios tributários e microcrédito.

No post, Hugo Albuquerque demonstra como o atual governo municipal, fruto de uma coligação que se ancora exatamente nas elites e nas classes médias  conservadoras, toma  partido nesta disputa. Infelizmente, suas ações caracterizam uma política de gentrificação: veja-se a perseguição aos moradores de rua e sua expulsão de áreas mais nobres do Centro, o abandono da política de produção de habitação popular no Centro e  o projeto Nova Luz.

O post de Hugo Albuquerque caracteriza o governo como  promotor de um “capitalismo kassabista – um monstrinho que junta um pouco do tecnicismo oco dos tucanos com um quê do autoritarismo malufista turbinados pela especulação imobiliária”.  Poder-se-ia acrescentar que a política do governo municipal para o Centro é mais uma face do poliedro irregular que é a modernização conservadora no Brasil.  Esta não pode ser lida pela ética moralista da classe média indignada: não se trata mais da truculência indisfarçada e do predomínio de uma corrupção escancarada. A modernização conservadora promovida pelo governo municipal pode ser vista como um sólido de várias faces, umas diferentes da outras: as faces menores são as pequenas melhorias na eficiência, ou as mudanças cosméticas na cidade, ou medidas demagógicas para atender à indignação desinformada do senso comum, como a publicação dos salários individuais dos servidores. Mas o que interessa é olhar para as faces maiores desse poliedro, normalmente mantidas ocultas. Observando-as, podemos concluir que seu sentido final é claro: manter o poder na mão de quem sempre o exerceu; manter a riqueza na mão de quem sempre a teve; manter a renda concentrada nos mesmos bolsos.

Leia o post citado.

11 jul
2009

Artigo: Participatory Budgeting and the Internet: Lessons from Brazil

Neste artigo, publicado em The Governance Link, newsletter eletrônica publicada pelo IPD (Filipinas) e Action Aid, apresento algumas conclusões de pesquisa sobre uso da internet no orçamento participativo no Brasil.  O artigo foi publicado em edição sobre experimentos em práticas democráticas em nível local.
Governance Link
Download do artigo

10 jul
2009

RPPP 2009 – Conclusão

Conforme acordado na aula de 8 de julho, finalizaremos a disciplina da seguinte maneira:

  • Aula final – apresentação e entrega dos trabalhos: 27 de julho (segunda-feira) às 19h.
  • Além de fazer a apresentação breve de seu trabalho, os grupos debaterão a temática da continiuidade/descontinuidade na política de educação em SP. O professor apresentará questões para estruturar o debate.
  • Os alunos devem vir preparados para debater seus trabalhos à luz das discussões que tivemos ao longo da disciplna.

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