Sobre a política de compras da Petrobrás

14 jun 2010 by josé carlos vaz, No Comments »

Petrobas comprou 75% de bens no país em 2009, US$ 18 bi a mais que em 2003

Alexandre Leite – O Globo – 14/6/2010

(retirado de http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-politica-de-compras-da-petrobras)


Oito milhões de parafusos, 824 mil válvulas e 85,4 mil toneladas de aço, passando por navios petroleiros, são apenas parte das necessidades da Petrobras para tocar seus projetos até 2014, que devem aumentar substancialmente com a inclusão dos investimentos nos campos do pré-sal na Bacia de Santos. E a participação da indústria nacional nessas compras só tem crescido nos últimos anos. Em 2009, do total de US$ 31,2 bilhões investidos pela Petrobras em projetos no país, US$ 23,5 bilhões foram encomendados à indústria local. Esse volume representou 75% do total de compras da estatal no Brasil, bem acima dos 57% de conteúdo nacional de 2003, e superando a meta do governo federal de 65% em média. Mas há quem veja risco de que esse alto índice de nacionalização gere reserva de mercado, como aconteceu com a informática nos anos 1980.

Coordenador do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp) – programa de apoio à capacitação da indústria nacional, desenvolvimento tecnológico e de formação de pessoal – José Renato Ferreira de Almeida disse que o aumento do conteúdo nacional, de 57% em 2003 para 75% no ano passado, representou compras adicionais no país de US$ 18 bilhões ao longo desse período e a geração de 755 mil empregos:

– O esforço da indústria foi grande, considerando o salto dos investimentos da companhia de US$ 5,6 bilhões no país em 2003 para US$ 31,2 bilhões no ano passado.

Com o início dos projetos de produção no pré-sal, o volume de encomendas da Petrobras dará salto ainda maior nos próximos anos. Almeida acredita que o desafio da indústria nacional será manter o índice de encomendas nos atuais 75%. […]

[…] O especialista Adriano Pires Rodrigues, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), disse que, apesar de ser favorável à política de incentivo à indústria local, acha que a nacionalização é muito exagerada e que deveria ter prazo determinado:

– Vejo um certo exagero. O governo deveria mostrar que é temporário. Essa política atual é excessivamente nacionalista, o que pode gerar uma reserva de mercado como foi na informática no passado.

O advogado especializado em petróleo e energia Heller Redo Barroso comparou a política do governo brasileiro à desenvolvida pela Noruega nos anos 1970:

– Permite a capacitação gradual da indústria. Tem sempre algum custo inicial da curva de aprendizado, mas o objetivo é buscar sempre…

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