Confesso que estava um pouco reticente com a movimentação e a greve, por motivos que levariam a uma longa discussão fora de momento. Mas o ocorrido em 9 de junho foi um desrespeito inadimissível. Os fatos, e muitas das reações, provam que o pensamento autoritário e as práticas de gestão truculenta estão muito enraizados em nossa sociedade e também na USP. Não dá para achar normal o que ocorreu: aqueles fatos não foram um acidente de percurso, são a expressão do que se pensa -na reitoria, no governo do estado, no comando da pm e, infelizmente, em muitas das nossas salas de aula.
Ainda que tenha minhas eventuais críticas à condução do processo pelas lideranças de docentes, funcionários e estudantes, não posso deixar de posicionar-me em repúdio à violência contra nossos colegas e estudantes, em protesto contra a arrogância de quem deveria, antes de mais nada, ter liderança para promover o diálogo na universidade.
Já não é mais questão de ser a favor da greve ou não, de concordar com o SINTUSP e a ADUSP ou não, de ser do partido x ou y. A dignidade de todos nós foi ferida. Todos nós fomos humilhados.
Expresso, assim, minha solidariedade e apoio aos colegas docentes, funcionários e alunos, e minha adesão à greve. Juro que tentei não aderir, mas a reitoria fez questão…
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